quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MENSAGEM

Homem!
A terra em que habitas
É uma pequena esfera
Perdida na imensidão
Do espaço infinito.

És um ínfimo nada!
Comparando ao tamanho
da terra.
E não serás grande
Construindo bombas
E fazendo guerra.

Apareça aos olhos do absoluto,

Amando a teus irmãos,
Fazendo boas obras,
Acenando uma bandeira
Branca de paz.

E tenha um mundo sem guerra,
Sem doença e sem fome.
Com saúde, com fartura,
E muita paz entre os homens.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A ESTRELA

Uma vez trêz reis,
A um brilho no céu seguiam
Brilhava de noite e de dia,
Aos três servia de guia.

Era talvez uma estrela?
Ou outro objeto seria?
Os três vinham de longe,
A estrela de onde viria?

HUMOR NO BUTEQUIM

O bacana bebia na taça
O negro bebia cachaça
O bado contava a desgraça
O jogador fazia trapaça
O oponente fazia ameaça
O músico tocava de graça
O cantor cantava sem graça
O galã cortejava a ricaça
O cão da madame usava mordaça
O malandro brigava com o praça
O garotão mimado fazia pirraça
O cigarro fazia fumaça
O dono do bar cobrava na raça.

MORTE COLETIVA

Triste é saber
que meu amigo
não sofre comigo
por ver outro morrer

Triste é saber
que esse amigo
que sofre comigo
não quer mais viver

Triste é saber
que esse amigo
que morre comigo
não quer mais sofrer

Triste é saber
que morre em mim
o sofrimento do amigo
que me fazia viver...

O MENSAGEIRO. ( UMA TENTATIVA DE ENTENDER O APOCALIPSE )

Ele viaja em direção á terra
e um dia sua chegada será anunciada
por todos os cantos, e todos saberão.

'' E ENTÃO HAVERÁ ''

A paz dos justos, dos humildes,
dos sofridos, dos injustiçados,
dos inocentes e puros de coração.

'' E ENTÃO HAVERÁ JUSTIÇA ''

E serão julgados os injustos,
os opressores, os perdulários, e 
os ricos materialistas, nada terão.


'' ENTÃO HAVERÁ A FRATERNIDADE ''


E na terra surgirá um novo homem,
sábio, capaz de respeita-la e reconstrui-la,
e que saberá também, amar á seu irmão.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A NOTA MÁXIMA. ( Em memória de Márcia de Windsor)

Márcia!
Sua imagem, seu talento,
Sua infinita bondade,
jamais iremos esquecer.

Você se foi...
Mudou de canal,
o que se pode fazer?

Acho que o Pai do Céu
lá no canal estelar,
precisava de você.

Fez um corpo de jurados
com os santos e os anjos
só para lhe receber.

E todos, por unanimidade
lhe deram a nota máxima,
pois menos, nem podia ser.

O PAPEL DO PAPEL.

Estou aqui entre quatro paredes,
e  de repente descubro como é
importante o papel do papel.
Desde que ele foi inventado,
tem cumprido um importante
papel na história da humanidade.
O papel tem servido para registrar
tudo que ocorre no mundo.
É com ele que fizeram os documentos,
os livros, os jornais,as revistas,
os papeis de parede, de embrulho,
serve para colar nos postes com propagandas,
aceita verdades e mentiras e tem até ajudado
a eleger políticos.
Mas ele serve ainda para... chiii...
Acabou o papel aqui nessa M...
_ Ô mulher! Me traga um rolo de papel aí! Pô!


ALÉM DO PORTAL.

Senhor!
Quando chegar o momento,
quando no entardecer desta
vida se fizer noite, quero
 estar preparado para me
despojar de meu fardo e 
de meus hábitos, sem nada
lamentar.
Quero seguir com a certeza
de ter cumprido tudo aquilo
que a mim foi designado.
Quero caminhar firme na
direção do grande portal
e lá, onde devo me apresentar
para saber meu destino, pois
talvez ainda tenha que voltar,
só queria que me deixassem
passear um pouco pelos jardins,
e ouvir o canto dos passarinhos,
pois os daqui, poucos restam,
e já param de cantar.

MENINOS DE RUA.

_ Moço!
_ Me dá um trocado?
_ Dá moço?
_ Meu irmãozinho tá com fome.
_ Um pedaço disso aí, dá moço?


Eles chegam,
não se sabe de onde,
e se quer onde vão.

Me tocam no braço,
me cutucam o espinhaço,
pra chamar a atenção.


Parecem ser sempre os 
mesmos, só parecem,
mas não são.


O de ontem era um
pretinho, era branco,
ou sarará? Sei não.

De quem é a culpa?
Minha? Sua? Deles??
é de todos, meu irmão.


 

CONTRASTES.

Ele,
Se fartava na mesa
de vinhos e comida
e depois se rendia
aos panos do leito.

Ela,
tão linda, delicada
e meiga, corpo num
frêmito a implorar
por amor no peito.

Ele,
um horrível monte 
de carnes e banhas
feito  suíno, a soltar
roncos em chiqueiro.

Ela,
a reprimir secretos
desejos, desperdiçando
sua vida por uns
parcos cruzeiros.


A cor do meu sonho.

A cor do meu sonho;
não é pra quem tem
ferramentas em cruz
e a mente lavada de
'' Robôs'' serviçais,
construindo instrumentos
que só servem pra guerra,
em vez de arados para 
o trato da terra.

A cor do meu sonho;
não é pra quem tem
o negro cativo,
crianças famintas,
um gorila no trono
comprando armamentos
em vez de alimentos
para as criancinhas.

A cor do meu sonho;
verá quem fizer,o
seu povo alegre e
feliz de verdade.

Quem tiver uma bandeira
com a cor do meu sonho,
terá liberdade.

CITADINO. (A Evaldo Martins - O poeta das ruas)

Pobre citadino!
Lhe enchem de morte
as estranhas, com
anúncios de vida bonita.

Lindas moças lhe vendem
de tudo, através da imagem
enganosa, produzida 
no caixote da sala.


Seu dinheiro tão suado,
minguado, sumido.
Sua vida é vivida
à prestação.


E ainda lhe sugerem 
que poupe aqui ou alí,
ou que corra e compre
numa liquidação.


E quando ele morre,
a pobre viuva, ainda
lhe compra urna e cova
à prazo, pra pagar com a pensão.




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Cavaleiro dos Sonhos.

Cavaleiro sem escudeiro,
sem ordem e sem brazões,
cavalgastes bem alto,e das
alturas tu vistes a minha
humilde Bandeira toda 
feita de remendos.

Tu és um bravo,um dos
maiores entre poucos,
e foi lutando entre estrelas
que conseguistes como
prêmio uma viagem de
ida sem volta,para além
de Bagdá, e assim destes
com arte uma volta ao mundo.
E hoje,és mais um cavaleiro 
dos sonhos, Quixote do asfalto,
fazedor de ilusões.


Dedicado ao escritor e amigo
Evaldo Martins.
1982

Poesia Imortal

Agora que o menino
se foi no tempo,
o poeta ainda cavalga
um pensamento ligeiro,
galopando sem destino
qual raio sem direção,
e carrega no alforge
um punhado de lembranças,
umas alegres,outras tristes,
que se forem costuradas
lindas histórias vão contar.
E como dizia o meu amigo
Antonio Brandão de Faria,
'' Na curva do poente o poeta e a poesia jamais tombará.''

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ironía

É madrugada, quase dia,
um olhar descontente,
outra garrafa vazia,
um vazio na mente.


Resolve ir embora,
pega o ultimo torrêsmo,
no balcão se escora,
pega o trôco e sai a êsmo.

Um carro lhe passa bem rente,
um palavrão lhe escapa forte,
seu bafo fede a aguardente,
seu estado cheira a má sorte.

De valente perdeu a fama,
das mulheres perdeu o amor,
um canto lhe serve de cama,
um jornal é seu cobertor.