sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CITADINO. (A Evaldo Martins - O poeta das ruas)

Pobre citadino!
Lhe enchem de morte
as estranhas, com
anúncios de vida bonita.

Lindas moças lhe vendem
de tudo, através da imagem
enganosa, produzida 
no caixote da sala.


Seu dinheiro tão suado,
minguado, sumido.
Sua vida é vivida
à prestação.


E ainda lhe sugerem 
que poupe aqui ou alí,
ou que corra e compre
numa liquidação.


E quando ele morre,
a pobre viuva, ainda
lhe compra urna e cova
à prazo, pra pagar com a pensão.




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